Despi de meu ego
vesti-me de coragem
enxuguei meu pranto
Vasculhei o presente
à procura do passado
revirei o meu mundo
que nunca fora achado
Sonho, promessa, amor-perfeito
tapete cúmplice de ardentes desejos
vinhos que seguiram cursos
na geografia de nossos corpos
Amor que bateu asas
pousou em coração alheio
mãos que agora percorrem obras
que não as minhas formas
Percorri horizontes no limite de meus pés
encontrei vazio, medo e desespero
Rio de mim mesma
Volto para o presente
bato a porta do passado
e na covardia de minha coragem
deságuo em prantos
disfarço meu ego
e sigo adiante...
glitter-graphics.com
domingo, 9 de maio de 2010
Amor ferido
Postado por Luciana Tannus às 19:26
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Oi Lu! Vc escreve lindamente! Parabéns pelos blogs. Adorei a poesia dedicada à mãe. Sucesso! Abraço, Karina.
BRAVO!!!
Tua poesia entra alma, corpo,pele e segue nas veias, aquecendo o corpo que da corpo e vida,
ADOREI,
Efigenia Coutinho
CONFISSÃO
Há pessoas que gostam de ti
( Até ao nome ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até às mãos ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até aos braços ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até às pernas ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até aos seios ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até aos lábios ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até aos olhos ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até ao sexo ).
Há pessoas que gostam de ti
( Até ao narcisismo ).
Mas só eu gosto de ti
( Até à alma ).
ORAÇÃO DO DESPERTAR
A tua alma é o teu corpo todo.
Não peças refúgio; não te impliques na lógica.
Aproveita o ar que te toca não só para respirar,
E deixa a diferença caminhar a teu lado
Como se ela fosse o teu par de dança, a tua paixão.
Mas sempre que o sol ofuscar o teu olhar
Com seu brilho de frente em laranja crepitante
Admite-o como teu igual e concede-lhe a graça de nascer amanhã
Outra vez, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra
Até ao clímax final que é a morte de cada um.
Quando morreres a morte morre contigo também.
É imprescindível que assim aconteça para que a terra continue a girar,
Os peixes subam os rios na procura de águas límpidas em que desovar,
Ou os homens ganhem a certeza de que as estrelas existem
Ainda que a noite urbana seja clara como quase nunca o dia.
Mas se no ingresso do mar ouvires de vozes profanas
Que te esperam a indiferença e solidão de não teres partido
E o eco amorfo dum abdicar que faz escola,
Não desesperes: que és mais que o produto da reunião das partes,
E teu corpo merece sem sombra de dúvida a alma que o constitui,
Porque a vida não é aquela linha paralela ao comboio que tomámos
Em que outra carruagem segue sempre à nossa frente,
Mas sim a alma que te acompanha para onde quer que vás.
PÁTRIA
Chama-se poema sublime
Ao grito de que se nasce.
MULHER:
És a bandeira em branco
Em que nos havemos de escrever.
Postar um comentário